Pesquisadores identificam nova espécie de crocodilo que viveu em Uberaba há 80 milhões de anos
Pesquisadores identificaram uma nova espécie de crocodilo que viveu em Uberaba no Período Cretáceo Superior, há 80 milhões de anos. Batizado de Eptalofosuchus viridi, o crocodiliforme tinha 40 centímetros de comprimento, era exclusivamente terrestre – ao contrário dos jacarés e crocodilos modernos – e se alimentava de plantas e pequenos animais. Esta é a primeira espécie fóssil descrita para a unidade geológica chamada de “Formação Uberaba”.
A identificação ocorreu mais de 50 anos após o fóssil ser encontrado durante a escavação de um poço em um posto de gasolina na zona sul da cidade, às margens da BR-050, em 1966.
Ainda na rocha, o material foi entregue à equipe do então Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), que atualmente é a Agência Nacional de Mineração (ANM). No mesmo ano, o fóssil passou a fazer parte do acervo do Museu de Ciências da Terra (MCT), no Rio de Janeiro (RJ).
Em 2016, durante visita ao museu, o paleontólogo Thiago Marinho, professor da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), e o paleontólogo Agustín Martinelli, do Museu Argentino de Ciências Naturais, identificaram o pequeno bloco de rocha esverdeada contendo o fóssil. Então, Marinho pediu o material emprestado para estudado em Uberaba.
Na pesquisa, realizada entre 2017 e 2020, foi constatado que o fóssil se tratava de um fragmento de mandíbula de um pequeno crocodilo com alguns dentes preservados, que ainda não tinha registro nesta formação geológica.
Também foi observado que o animal, onívoro, conviveu com dinossauros herbívoros gigantes, como os titanossauros, grandes dinossauros predadores, como os megaraptores e pelo menos outras duas espécies de crocodilos, de hábitos carnívoros.
O nome Eptalofosuchus viridi faz alusão ao apelido de Uberaba, “a cidade das sete colinas”, e à típica coloração esverdeada da “Formação Uberaba”.
Segundo Marinho, o fóssil será devolvido ao MCT por ser um material tombado da coleção do museu.