Adolescente denuncia ter sido estuprada por rapaz que conheceu nas redes sociais
Uma adolescente, de 13 anos, denunciou ter sido estuprada por um jovem, de 23 anos, que ela conheceu pelas redes sociais, em Uberaba. Segundo a garota, eles começaram a conversar na sexta-feira (5) e saíram juntos no sábado (6). Ninguém foi preso.
Nesta terça-feira (9), o promotor de Justiça de Divinópolis, Casé Fortes, que atua em campanhas de prevenção e Combate aos crimes ligados à pedofilia e na defesa dos direitos da criança e do adolescente, para saber quais cuidados e medidas são necessários para proteger menores de idade de estranhos na internet. Veja mais abaixo.
Denúncia de estupro
A Polícia Militar (PM) foi acionada no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM), onde a adolescente se encontrava com a mãe, de 34 anos.
Aos policiais, a garota contou que conheceu o rapaz através das redes sociais na sexta e que, no sábado, ficou combinado que ele iria até a casa dela. Na data, a irmã dela, de 17 anos, estava no local com o namorado e todos foram juntos a uma pizzaria.
A adolescente relatou que, após comerem, a irmã dela a deixou em casa, junto com o jovem. Foi quando ela afirmou que ele começou a insistir para que ela dormisse na casa dele, no Bairro Chica Ferreira.
Segundo a garota, inicialmente ela negou, mas depois aceitou, porém, com o intuito de apenas dormir. Ela contou que eles foram até a residência dele através de um serviço de aplicativo de carros.
Na casa, a adolescente afirmou que o rapaz começou a insistir para que eles tivessem relações sexuais e que ela lhe disse que não queria e ainda “não estava pronta”. Porém, a garota afirmou que ele teria apagado as luzes e forçado a relação sexual.
A menina contou aos policiais que, no dia seguinte, ela acordou pela manhã e o rapaz solicitou uma corrida via aplicativo, para que ela chegasse em casa. Foi quando ela contou à mãe sobre o que havia acontecido.
Em depoimento, a mãe da adolescente disse aos policiais que a filha havia lhe apresentado o rapaz no sábado, falado que eles estavam se conhecendo e dito que iria sair com ele e com a irmã mais velha.
A mulher relatou que adormeceu e, na manhã seguinte, acordou procurando pela adolescente, mas não a encontrou. Ela ainda disse que a filha chegou por volta das 11h e narrou o que havia acontecido. Ao ouvir, ela ressaltou que ficou desnorteada e sem saber como agir.
A mãe e a menina procuraram o Conselho Tutelar e foram conduzidas para o HC-UFTM, para que a adolescente realizasse exames.
Ao ser questionada, a garota não soube dizer o endereço do rapaz. A irmã dela afirmou que conhecia ele “de vista” e informou o nome do alojamento em que o jovem mora. Os militares tentaram encontrar mais informações sobre ele, mas não conseguiram.
Como cuidar de crianças e adolescentes na internet?
Para o promotor de Justiça de Divinópolis, Casé Fortes, de forma geral, é preciso orientar crianças, adolescentes e adultos a não confiarem em pessoas estranhas. “Muitas vezes, conhecer pela internet, não é conhecer realmente”, alertou.
Ele explicou que as crianças confiam com maior facilidade e passam informações com maior propensão. Já os adolescentes vivem uma fase de se mostrar ao mundo, por isso, eles podem se expor sem a segurança necessária.
“Às vezes, eles esquecem que aquilo que é colocado na internet não sai nunca mais, que muitas vezes, o que dizem lá não é verdade. O que pode parecer mentiras simples, para eles pode ser novidade”, ressaltou o promotor.
Nesse contexto, para se proteger e também cuidar das crianças e adolescentes, a orientação de Fortes é sempre desconfiar. Principalmente, daquelas promessas que parecem boas demais para serem verdade, ou então, aquelas que parecem milagres ou extremamente fáceis.
“A raiz desses golpes é sempre colocar a vítima de olho numa vantagem, a ponto de ela não perceber as desvantagens”, explicou.
No caso dos menores de idade, o promotor disse que os pais e mães têm um instrumento legal, denominado “poder familiar”. Por meio dele, Fortes diz que os pais devem proteger os filhos, mas também, se responsabilizar pela proteção.
“Eles têm a obrigação de fiscalizar o uso que os menores fazem da internet e das redes sociais. As melhores armas contra qualquer tipo de assédio virtual é educação e fiscalização”, apontou o promotor.
Já nos casos em que o crime já aconteceu, a orientação é sempre denunciar. As denúncias podem ser feitas para promotor de Justiça ou para a Polícia Civil. Quando o crime envolve pessoas de outros países, ele pode ficar sob responsabilidade da Polícia Federal.
“Mesmo que a denúncia não resolva o caso em particular, ela irá ajudar outras pessoas”, finalizou Fortes.