Quatro casas são interditadas após chuva derrubar muro e Defesa Civil elabora plano de contingência em Uberaba
Quatro casas localizadas no Bairro Alfredo Freire em Uberaba foram interditadas pela Defesa Civil após a chuva derrubar o muro de arrimo, na terça-feira (4). O local tem histórico de desabamentos e a empresa responsável pela construção se pronunciou.
Choveu mais de 50 milímetros na cidade. Segundo o Corpo de Bombeiros, 6 ocorrências foram registradas, sendo uma delas a queda de uma árvore. Também houve risco de alagamento e enxurrada em algumas avenidas.
Para evitar danos mais graves, a Defesa Civil prepara plano de contingência. Veja abaixo.
Na tarde desta quarta, a Desk Empreendimentos, responsável pelo loteamento se reuniu com a Defesa Civil, mas não houve definição para famílias atingidas.
Queda de muro
De acordo com o Corpo de Bombeiros, cerca de 50 m do muro de arrimo de 4 casas desabaram por volta das 21h. Toda a parte com cerca de 5 m de altura foi levada pela água, que também arrastou cerca de 4 m de terra dos terrenos. No entanto, segundo os moradores, a terra já estava cedendo nos últimos dias.
“Foi um estrondo fora de casa, aquele barulhão. A casa tremeu e ficamos bastante assustados”, disse a atendente de restaurante Estefani Martins.
Na manhã desta quarta, máquinas contratadas pela loteadora responsável pela construção, a Desk Empreendimentos, estiveram no local e realizaram a retirada do entulho. Equipes da Secretaria de Obras e da Defesa Civil também visitaram as casas e interditaram as residências e não há previsão para liberação.
“Verificamos a gravidade da situação e orientamos os moradores. Os mais atingidos receberam bem as orientações e se dirigiram para a casa de familiares. Outros, que moram em locais não atingidos, mas com risco iminente, foram mais resistentes, porém, estão orientados dos procedimentos que devem ser tomados. Hoje fizemos uma vistoria técnica abrangente em todo o local, verificando casa por casa, vendo os danos provocados”, disse o coordenador da Defesa Civil, Ronaldo Maximiliano Ramos.
Esta não foi a primeira vez que uma obra do empreendimento apresentou problema, em junho de 2020, o muro de outra casa caiu. O muro foi refeito e não houve mais comprometimento da estrutura.
“Perguntaram se a gente queria sair da casa por causa das crianças, mas resolvemos ficar, e pediram para ficarmos em alerta por causa do risco”, afirmou a dona de casa Patrícia de Souza.
Em contato com a reportagem, a Desk Empreendimentos informou que as casas atingidas foram entregues há 9 meses e o muro de arrimo foi construído por empresas diferentes, mas que seguiram todas as normas técnicas. Segundo o responsável, que não se identificou e não quis gravar entrevista, não houve erro de execução do projeto e que o ocorrido foi uma fatalidade.
A reportagem também entrou em contato com a Prefeitura de Uberaba que informou que a Secretaria de Planejamento vai analisar a situação e que, após avaliação técnica vai apontar as devidas responsabilidades.
Outras ocorrências
Conforme o Corpo de Bombeiros, uma árvore caiu na Avenida Edilson Lamartine Mendes, no Bairro Parque das Américas. Um carro que passava pela via não conseguiu frear e atingiu os galhos.
Não houve feridos e o trânsito não precisou ser totalmente interditado. Uma equipe dos bombeiros realizou a retirada dos galhos ainda na madrugada e a avenida foi totalmente liberada por volta das 6h30.
Os militares informaram, ainda, que houve risco de alagamento e enxurrada nas avenidas Santa Beatriz, Santos Dumont, Guilherme Ferreira e Leopoldino de Oliveira.
Plano de contingência
Para evitar novos problemas e agilizar a atuação em caso de necessidade, a Defesa Civil de Uberaba anunciou nesta quarta-feira (5) que está elaborando um plano de contingência. De acordo com o Ronaldo Maximiliano Ramos, a planejamento é para que a resposta seja eficiente e vai identificar as possibilidades de possíveis ocorrências.
“Estamos no período chuvoso onde chuvas intensas podem provocar alguns danos imediatos. Nosso plano de contingência está embasado na pronta resposta no caso de ocorrer esses desastres oriundos das chuvas”, disse o coordenador.
Ainda conforme ele, a Defesa Civil também vai implantar um abrigo temporário para acolher famílias. Atualmente, moradores de áreas de risco ou de locais interditados são orientados para se abrigarem com familiares.
“A série histórica estudada aponta maior risco de queda de árvores. Não há registros de muitos deslizamentos de terra, não temos construções em locais íngremes, mas ainda há pessoas vivendo em locais vulneráveis. Estamos cadastrando essas pessoas e fazendo o monitoramento”, concluiu Ramos.