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Universidade do Agro pode Chegar a Moçambique

A Universidade do Agro pode firmar parceria com Moçambique para transferência de tecnologia brasileira para o setor produtivo daquele país.  As tratativas foram iniciadas com a visita da comitiva moçambicana à Universidade de Uberaba, onde foram recebidos pelo Pró-Reitor de Pesquisa, Pós-graduação e Extensão da Uniube, André Fernandes e pelo coordenador da Universidade do Agro, Caio Márcio Gonçalves. A comitiva do país africano foi formada pelo  presidente da Federação Nacional de Associações Agrárias de Moçambique (Fenagri), Hernani Mussanhane; o pesquisador Carlos Zandamela, da Coalition for African Rice Development (Card).

Eles, que estavam acompanhados por Sinfrônio Junior,  diretor de relações internacionais do Centro de Inovação e Transferência de Tecnologia (CIITA), Sinfrônio Júnior, fizeram um relato sobre as carências e desafios de Moçambique na área agropecuária. “Nós fizemos uma agenda aqui Brasil-África para falar sobre um tema muito sensível para o povo africano, que é a autossuficiência do arroz. Atualmente, Moçambique importa 320 milhões de dólares, anualmente, só na compra de arroz, porém o país tem água em abundância, terras férteis e mão de obra extensa. Por isso, viemos falar sobre uma parceria na área educacional”, explica Sinfrônio.

Segundo Hernani Mussanhane, a mudança principal que buscam é na maneira de produção e do trabalho, no comportamento dos agricultores. “O Brasil deu um grande salto na cultura do arroz dentro de 50 anos. E Moçambique está hoje, inclusive com dificuldades semelhantes, como o Brasil estava há 50 anos atrás. E nós não podemos esperar 50 anos para atingirmos esse ponto atual. Precisamos encurtar esse tempo. Então, prevemos uma mudança de, no mínimo, de 5 a 7 anos; e caso não seja tão bem-sucedida, com algumas falhas, um processo de 10 anos”, pontua.

A parceria leva em consideração também o idioma e o clima do Brasil, que são semelhantes aos de Moçambique. “Temos uma grande vantagem: o nosso programa de arroz está devidamente alinhado com o que chamamos de Plano de Desenvolvimento do Setor Agrário até 2030, que já coloca o arroz como uma das prioridades do país e destaca o setor privado como elemento chave para a transformação. Moçambique, neste momento, tem um déficit de 57% em relação à necessidade de consumo, a nossa ideia é até 2027, que é muito perto, passar para 2% esse déficit e em 2030, déficit zero”, finaliza o pesquisador Carlos Zandamela.

Universidade do Agro

A Universidade do Agro é uma unidade de negócios lançada pela Uniube que visa atender e impulsionar o agronegócio no país. O projeto oferta cursos de graduação e pós-graduação em Agronegócio, Agronomia, Logística, Medicina Veterinária, Zootecnia e outros ligados ao Agro, além de cursos livres, serviços de exames, testes, diagnósticos laboratoriais, palestras de consultorias e desenvolvimentos de novos produtos, reunidos em uma plataforma eletrônica de E-commerce.

“A Universidade do Agro já inicia no mercado com grande relevância, tanto nacional quanto internacional, afinal, temos projetos consolidados no Brasil e fora, principalmente em países da África, com o objetivo de melhorar a produção de alimentos em países como Costa do Marfim, Camarões e Nigéria. Já fizemos projetos para o México, para o Gabão, e temos outro projeto na pauta dentro do convênio que a Uniube tem com a FGV Europa, e também com o CIITA”, diz André Fernandes, coordenador do projeto.

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