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‘Experiência única e incrível’: família de Uberaba conta como é o acolhimento de intercambistas em casa

Guacamole, feijoada, jogos com palavras em inglês, espanhol e português e muita diversão. Foi assim que a família de Cristina Mio, de Uberaba, passou o ano de 2016 com dois estudantes intercambistas, acolhidos pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM). Ela contou como foi a experiência de receber os jovens.

O acolhimento de estudantes existe na UFTM há anos, mas a partir de 2023 foi unificado na primeira edição do programa “Intercâmbio em Casa”. Saiba mais abaixo.

Língua e Cultura

Cristina é secretária da Assessoria de Cooperação Internacional da UFTM e recebeu os dois estudantes entre março e dezembro de 2016. Uma foi a jovem Lizeth, vinda de Seattle, no noroeste dos Estados Unidos, próximo à fronteira com o Canadá; e o outro foi Juan, de Washington, capital americana.

Ambos são de origem mexicana e, além do inglês, falavam espanhol. Segundo a secretária, os dois vieram para o Brasil sem saber nada da língua portuguesa, mas conseguiram aprender rápido e também ajudar a família a praticar bastante inglês e espanhol, principalmente para as duas filhas.

“A gente fazia até como uma brincadeira. Colocávamos um quadro e ‘hoje nós vamos conversar em inglês’ e aí iam falando inglês, eles iam escrevendo no quadro para vermos a escrita. Eles queriam aprender português e a gente escrevia em português. Então a troca com relação a língua é fantástica”, disse.

Além do idioma, a troca cultural a a partir da música e da culinária foi outra forma de conexão entre eles. A dupla gostava de fazer guacamole, prato mexicano feito com abacate, para a família, enquanto Cristina fazia feijoada para os dois.

Outra coisa que chamou a atenção dos americanos foram as frutas, que são comuns para os brasileiros, mas que estrangeiros nunca viram, como o caju. Além da culinária, o samba os uniu.

Eles adoravam as músicas brasileiras, aí a gente colocava as que eles perguntavam, principalmente, o samba, né? E aí queriam aprender a sambar, a gente dançava, tentava ensinar o samba, que é muito difícil‘”, contou.

Amizade e experiência

Cristina contou como o primeiro momento foi agradável, apesar das dificuldades com o português. Lizeth, apelidada de Liz, era simpática e agradável, enquanto Juan era muito engraçado.

A família e os estudantes ficaram amigos rapidamente e começaram a fazer atividades juntos, como yoga e até aulas de capoeira.

Além das atividades, Liz, Juan e a família fizeram passeios e viagens para a região, como para o Parque dos Dinossauros, em Peirópolis. A dupla também aproveitava os feriados da faculdade para conseguir viajar para outros estados.

Para Cristina, o vínculo criado os transformaram na “família americana”. Por isso, a despedida foi difícil, mesmo com todos mantendo contato e planejando viagens.

“O momento da despedida é bem difícil, a gente chora e quando fomos levá-los embora, foi bem difícil. É difícil, mas a gente está feliz, pelas novas amizades, pela nova família e ela (Liz) garantiu que vem esse ano e eu falei que estou esperando”, afirmou.

Cristina disse que a experiência foi “única e incrível” e que recomenda o acolhimento a todas as famílias interessadas em uma troca cultural e a prática de línguas.

Intercâmbio em Casa

O “Intercâmbio em Casa” é um projeto da UFTM que está na primeira edição e é voltado para receber estudantes estrangeiros em casa como uma oportunidade de aprendizado sobre outros países, novas línguas e culturas. A universidade já acolhia intercambistas, mas em programas e editais separados, que decidiu unificar em 2023.

Neste ano, os interessados em acolher estudantes de outros países devem se inscrever até o próximo domingo (2), por meio de um formulário on-line. Outras informações poderão ser consultadas por meio do e-mail sec.aci@uftm.edu.br.

Para receber os intercambistas, os interessados devem ter em casa ou repúblicas, um quarto vago que possa disponibilizar, seja de forma gratuita ou com cobrança de aluguel acessível.

O projeto fica responsável por traçar o perfil dos estrangeiros e dos interessados para os direcionamentos, tudo informado aos estudantes e as famílias.

Segundo a responsável pelo projeto, Maria Teresa Santos, o “Intercâmbio em Casa” foi pensado para responder duas demandas: a de assistência a estudantes estrangeiros admitidos na universidade e para uma oportunidade de vivência internacional e intercultural a famílias ou repúblicas.

“As pessoas em geral demonstram um interesse muito grande por vivências internacionais, especialmente para praticar uma língua estrangeira e para ampliar seu repertório cultural. E entendemos que a ‘cereja do bolo’ de um intercâmbio seja justamente as conexões e trocas que se estabelecem a partir do contato com pessoas com diferentes bagagens culturais”, declarou.

Segundo Maria Teresa, as expectativas são altas por serem uma organização de outros acolhimentos que ocorriam por editais separados e por acolhimentos individualizados. A união dos dois interesses gerou o esforço para o novo projeto.

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