Polícia

Jovem diz ter sido vítima de extorsão cometida por dois advogados e um despachante

Um jovem de 23 anos de idade afirmou à Polícia Militar (PM) que foi vítima de extorsão, cometida por dois advogados e um despachante, na madrugada deste domingo (7). De acordo com o boletim de ocorrência (BO), ele foi abordado por um advogado na porta da Delegacia da Polícia Civil (DPC), no Bairro Parque das Américas, em Uberaba.

Segundo informações do BO, o jovem foi informado pela DPC, durante a madrugada, que a irmã dele estava na delegacia presa por um fato criminoso. Ao chegar ao local, ele foi abordado por um advogado de 38 anos que prometeu tirar a irmã do jovem da prisão, mediante o pagamento de R$ 3 mil, valor que poderia ser parcelado em até 12 vezes no cartão de crédito.

Esse advogado então atravessou a rua com o jovem e o levou até o escritório, propondo como forma de pagamentos do honorário ficar com o veículo dele. Junto com um segundo advogado e um despachante eles avaliaram o carro e disseram e que dariam o valor que constava no recibo do veículo, que era de R$ 5.000. Dessa forma, o jovem entregou o recibo e o Documento Único de Transferência (DUT) para o advogado que redigiu um contrato.

O jovem informou à PM que disse ao advogado que, caso o pai dele não concordasse com a entrega do veículo, se o mesmo seria devolvido e que o advogado concordou. Ele ainda avisou ao advogado que ele não sabia escrever e que tem problemas de saúde como crise epilética, além de ter “problemas no cérebro, onde o mesmo só funciona 50% da capacidade”. Informou ainda ao advogado que antes de fazer o negócio deveria ter consultado o genitor, mas que o advogado o mandou assinar os documentos sem informar o teor dos mesmos.

Após receber as informações sobre as condições de saúde do jovem, o advogado afirmou que a irmã dele ficaria presa e que não tinha dado nenhuma garantia que soltaria a mesma. O rapaz imediatamente quis desfazer o contrato e o advogado o ameaçou dizendo que, caso ele levasse o veículo estaria cometendo um crime e que mandaria o oficial de justiça até a residência do mesmo.

Após o desacordo, o jovem foi até a delegacia registrar a ocorrência. Ao fim, ele saiu da DPC com uma cópia da mesma e foi pegar o veículo, quando foi abordado novamente pelo advogado e o despachante. Esse último mandou o jovem voltar na delegacia e retirar o nome dele da ocorrência. Ele então voltou para a delegacia, contou os fatos para o delegado e este pediu ao investigador para acompanhar o jovem durante a retirada do carro. Ainda segundo a ocorrência, os documentos do veículo ficaram com o advogado.

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