Médicos do “Saúde da Família” divulgam nota de repúdio contra vereador China
Médicos do Programa Saúde da Família (PSF) divulgaram nota de repúdio à manifestação do vereador Paulo César Soares, o China (PMN). O parlamentar, recentemente, encaminhou requerimento à prefeita Elisa Araújo (Solidariedade), por meio do qual solicitou mudanças no setor de Saúde.
O vereador justificou que a iniciativa se deu por conta de denúncias que recebeu sobre o atendimento médico nas Unidades de Saúde Uberaba. O parlamentar ressaltou que o alvo é o horário de atendimento dos médicos na rede municipal de Saúde. A jornada de trabalho dos profissionais é a reclamação mais recorrente, segundo afirmou.
Na nota, divulgada na noite de ontem, os médicos disseram que em cada unidade existe um gerente que acompanha, monitora e controla a agenda. Segundo os profissionais, o sistema, quando é aberto pelo médico, registra até o fechamento e o que foi feito pelos profissionais fica arquivado e pode ser acompanhado e fiscalizado pelo gerente e demais escalões da Prefeitura.
“Estamos atendendo, além dos agendados, os usuários que apresentam quadros agudos, especialmente os caracterizados como síndromes gripais, suspeitos assim de Covid-19 – estes não são agendados, mas sempre são acolhidos e atendidos por nós, segundo as orientações do Ministério da Saúde e dos conselhos relacionados”, diz o texto.
A nota prossegue. “Estamos cansados do desserviço que muitos se prestam a fazer, iludindo a população com a falsa noção de estarem cuidando e protegendo, quando, na verdade, somos nós que batalhamos diariamente por esta causa. Nós cuidamos. Perdemos mais uma profissional pela Covid-19, a técnica de enfermagem Marina Coelho Teles, servidora na UMS Ézio de Martino, a qual não recebia insalubridade plena, assim como todos nós da APS, visto que um burocrata entendeu não ser aplicável, pois não atendemos apenas casos de Covid-19 em nosso campo de trabalho. Ora, e agora? Onde estão vocês neste momento?”, questionam os médicos.
Os médicos pedem na nota que o vereador se retrate e lute pelas causas necessárias e urgentes.
“O município precisa se ajustar ao tratamento cuidadoso e respeitoso em relação aos seus profissionais de Saúde. Recebemos salários equiparados aos piores da região; não recebemos insalubridade plena; somos reiteradamente desrespeitados com ameaças. Somos números para vocês, mas não para os nossos queridos usuários e familiares”, finaliza a nota.