Polícia

Modelo Uberabense Núbia Oliiver é investigada pela PF por suposto envolvimento em rede de prostituição

A modelo Núbia Oliiver, 47 anos, está sendo investigada por suposto envolvimento em esquema de prostituição internacional com exploração sexual de brasileiras. A rede da atividade tem ramificações em 15 países. As informações são da Revista Quem.

Núbia teria sido agenciada por Rodrigo Otávio Cotait, responsável por liderar o esquema, conforme a Polícia Federal (PF). Na última terça-feira (27), seis integrantes da quadrilha foram presos no Brasil, na Espanha e em Portugal durante a Operação Harém BR.

A apuração da PF indicou que o mercado sexual funcionava sob o disfarce de agência de modelos. As mulheres vítimas do esquema tinham suas fotos ofertadas em sites específicos — o que os agentes classificaram como “broadcast” da prostituição. 

COMO O ESQUEMA FUNCIONAVA

O suspeito se passava por proprietário de uma marca de cosméticos chamada Tommy G para se aproximar das vítimas por meio do Instagram. A Polícia descobriu que muitas garotas sequer haviam se prostituído antes, mas aceitaram o convite por dificuldades financeiras.

Uma das jovens chegou a mandar uma foto com uma geladeira vazia para o agenciador, que agiu de modo misógino em uma das trocas de mensagens.

“É o seguinte, a mulher tem três funções. Primeira, lógico, a mais importante: putaria, evidente. Segunda: ‘ai Rô, não faço, não gosto de putaria’, não tem problema, amor, você tem função ainda: você pode ser útil, me apresente suas amigas. ‘Ai Rô, não tenho amiga’. Não tem problema, você vai ter uma função finalmente: por favor, vassoura e pano de chão tá ali, vamos limpar a casa né?”, disse Cotait.

As mulheres eram identificadas por códigos em uma espécie de catálogo, que continha imagens de mais de 300 jovens seminuas. Rodrigo Cotait tratava as vítimas como produtos cuja qualidade tinha de ser “testada primeiro por ele”, o que foi indicado pela investigação como requisito para entrada no esquema. 

Ainda conforme a PF, Núbia Cássia de Oliveira, conhecida como Núbia Oliiver, facilitava o contato para o cabeça da quadrilha. A modelo enviava fotos sensuais de outras mulheres para Rodrigo Cotait, combinando programa sexual com uma delas em troca de comissão no valor de R$ 1 mil.

O advogado de Oliiver, Rodrigo Carneiro Maia Bandieri, afirmou que a defesa não se manifestará sobre a investigação em razão dos autos tramitarem em sigilo e não terem tido acesso ao “inteiro teor”. “Em momento oportuno poderemos falar”, complementou.

Já a defesa de Cotait alega que a prisão preventiva contra ele viola a Constituição Federal e o Código Penal, dizendo confiar no Poder Judiciário brasileiro e esperar que “essa injustiça seja reparada o mais breve possível”.

INÍCIO DAS INVESTIGAÇÕES

De acordo com o SBT News, a PF de Sorocaba, interior de São Paulo, começou a monitorar o grupo criminoso ao receber uma denúncia, em 2017, de uma jovem enviada ao Catar, no Oriente Médio, para integrar a rede de prostituição.

Além do Catar, foram descobertas ramificações do esquema em países como Austrália, Bolívia, China, Coréia do Sul, Dubai, Espanha, Estados Unidos, Holanda, Inglaterra, Paraguai, Peru, Nova Zelândia e Suécia. A possibilidade de ganhar em dólar era um dos fatores chamativos para as vítimas — a promessa para quem aceitasse ir para o Catar era de receber R$ 3 mil por dia.

Para manter o esquema, Rodrigo Cotait contava com ajuda de outras mulheres além de Núbia nos Estados Unidos e na Europa. Ele também realizava pagamento de propina para policiais estrangeiros e falsificava passaportes e passagens aéreas.

OUTROS ALVOS

Dono de um dos maiores shoppings do Paraguai, o empresário Wissam Nassar é um dos principais alvos da investigação. Ele é investigado pela exploração sexual de menores de idades, agenciadas por Rodrigo a pedido dele. A cantora de funk MC Mirella foi acusada, em 2019, de aliciar uma adolescente de 17 anos para que ela se encontrasse com Nassar pelo valor de R$ 5 mil.

A funkeira chegou a ser investigada pelo Ministério Público Federal (MPF), mas o órgão indicou que ela, na verdade, foi vítima da quadrilha quando adolescente, segundo comunicações de Rodrigo interceptadas. Ao SBT News, MC Mirella admitiu ter sido explorada no esquema.

Procurada, a equipe de MC Mirella disse que ela fora intimada e ouvida na condição de “vítima/testemunha” e que a própria cantora colaborou com a investigação para cumprimento da Justiça. Já o advogado de Nassar disse que não se pronunciaria sobre o caso.

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