Moradora de Uberaba diz que sofreu importunação sexual de terceirizado da Cemig durante manutenção na rede de energia dentro de casa
A Polícia Militar (PM) em Uberaba foi chamada no fim da tarde de quarta-feira (11), no Bairro Oneida Mendes, onde registrou uma ocorrência de importunação sexual.
Segundo informações repassadas pela jovem de 24 anos que ligou para a polícia, a residência dela apresentou problemas na rede elétrica e ela solicitou manutenção. Dois funcionários da Celminas –empresa terceirizada que presta serviço para a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) – foram atender o chamado.
Em contato com a Cemig, que informou que tomou conhecimento da denúncia e que solicitou à empresa terceirizada o afastamento do profissional envolvido no caso (veja a nota na íntegra mais abaixo). A reportagem ainda não conseguiu contato com a Celminas.
Após a dupla fazer a verificação externa no padrão de energia, foi constatado que o problema estaria na parte interna do imóvel. Conforme a jovem, os funcionários informaram que não poderiam realizar esse tipo de reparo, mas que devido ela estar com um bebê de colo, um deles iria fazer a verificação dentro da residência.
A jovem então autorizou a entrada no imóvel e o funcionário constatou que o problema estava no quadro interno de energia, mas que devido à falta de disjuntor para troca, foi feita uma ligação direta.
Ainda segundo a jovem, finalizado o serviço, ela perguntou qual seria o valor e se o funcionário poderia receber por meio de PIIX, ou por transferência bancária, porque ela não tinha outro meio de pagamento em casa.
O funcionário respondeu que não poderia ter realizado aquele tipo de serviço e, na sequência, abaixou a calça do uniforme e mostrou o pênis para ela. “E disse que ela poderia fazer o pagamento de outro jeito, sendo negado pela vítima”, descreveu o PM no boletim de ocorrência.
Diante da negativa, o funcionário vestiu a calça e, segundo a jovem, lhe disse “olha, não aconteceu nada”, indo embora em seguida com outro funcionário que aguardava do lado de fora da casa.
O que disse o funcionário
A PM incluiu, na mesma ocorrência, a versão do funcionário da Celminas. À polícia, o homem de 30 anos, confirmou a versão da dona da casa até o momento em que a solicitante perguntou qual seria o valor do serviço. A partir daí, o funcionário explicou que respondeu a ela que “não era nada”, se referindo ao valor, e depois foi embora e seguiu para outro local de serviço.
O funcionário continuou na versão dele e informou que, em dado momento chegou próximo à camionete que ele estava um veículo de cor escura. O condutor queria saber o nome dele e perguntou se eram eles que estavam na residência de determinada rua, se referindo à casa da jovem. Em seguida, essa pessoa começou a tomar fotos dos funcionários com um celular.
Ainda segundo o funcionário da Celminas, por temer pela integridade física e não sabendo de quem se tratava, a dupla de trabalhadores contatou o supervisor da empresa. Os dois receberam a ordem para se deslocarem rumo a base da empresa e procurar por um posto policial, o que foi feito pelo funcionário acusado pela jovem.
O que diz a Cemig
“A Cemig informa que tomou ciência de denúncia envolvendo empregado de empresa terceirizada, prestadora de serviços em Uberaba, por importunação sexual. A empresa contratada informou estar colaborando com as autoridades sobre o caso. A Cemig imediatamente solicitou à empresa terceirizada o afastamento do profissional envolvido no caso.
A Cemig informa, ainda, que todos seus colaboradores passam por treinamento e que nenhum deles está autorizado a acessar a parte interna da residência de nenhum cliente.
A Cemig reafirma seu compromisso em levar energia de qualidade e de forma segura aos seus 8,7 milhões de clientes, seguindo os valores que guiam a empresa, como o respeito à vida e responsabilidade social”.