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Novo lockdown vem aí? Taxa de transmissão semanal da Covid-19 sobe para 1,91

Flexibilização de decretos referentes à realização de eventos privados e o avanço na vacinação levaram inúmeras pessoas em todo o território nacional a comemorar as festas de fim de ano com as regras contra a Covid-19 de forma mais despreocupada. Medidas como distanciamento social, não aglomeração e uso de máscara facial acabaram ficando em segundo plano em muitos locais, inclusive em Uberaba. 

A atitude, entretanto, tem dado frutos não muito saborosos. Segundo informações da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), a taxa de transmissão semanal da doença apresentou um salto considerável. Há duas semanas, a taxa era de 0,71. Na última semana de 2021 subiu para 1,26 e agora, na primeira semana do ano, atinge a marca de 1,91. Para que fique claro o entendimento, isso significa que 100 pessoas infectadas transmitem a doença para 191 pessoas

A equipe do Jornal da Manhã entrou em contato com o infectologista José Cavani a fim de entender os impactos que uma taxa de transmissão nessa proporção pode causar. O infectologista aponta que, mesmo com o número alto na taxa de transmissão, a quantidade de mortes em decorrência da doença, atualmente, é bem menor do que foi no ano de 2021.

“O que temos visto é que houve um crescimento muito intenso nessa semana nos casos confirmados. Hoje mesmo (segunda-feira, 3), dos casos testados, cerca de 60% foram positivos lá no meu posto, mas a morte está sendo menor. Por mais que fiquemos chateados e assustados com o crescimento no número de casos, a gente ainda não tem o impacto no número de mortes, o que nos deixa um pouco mais aliviados”, explica.

Nos três primeiros dias de 2021, a cidade de Uberaba registrou mais de 240 mortes em decorrência da Covid-19 por dia. Já nestes três primeiros dias de 2022, nenhum óbito foi registrado. É possível fazer uma leitura referente ao recorte da região, o comparando com dados nacionais. Desde o avanço da vacinação por todo o território brasilieiro, o número de mortes pelo coronavírus tem diminuído. Em um estudo publicado no último trimestre de 2021, pesquisadores da Agência Francesa do Medicamento e do Seguro Nacional de Saúde apontam que a vacinação reduz em até 90% das mortes.

Na segunda semana de fevereiro do último ano, a taxa de transmissão semanal era de 1,27. Número suficiente para que fosse decretado lockdown não só em Uberaba como também acendeu o alerta para que o governador Romeu Zema decretasse a Onda Roxa em todo o estado em março, diante dos elevados números de mortes e casos graves. Nesse sentido, a dúvida que fica é se Uberaba se prepara para mais uma vez fechar as portas de tudo.

Segundo a assessoria da Secretaria Municipal de Saúde, não. Questionada pelo Jornal da Manhã, a pasta informa que “os decretos permanecem os mesmos, por enquanto. A situação epidemiológica está sob análise e o desdobramento virá de acordo com a necessidade e situação do momento”. 

No período entre os dias 1º de dezembro de 2021 e 1º de janeiro de 2022, segundo informações da SMS, Uberaba registrou 1.485 novos casos de pessoas contaminadas pelo coronavírus.

O aumento aconteceu, principalmente, na última dezena do ano. Confira o comparativo, em números, entre os casos confirmados em 2020 e 2021. Os dados são provenientes dos boletins epidemiológicos divulgados pela Prefeitura de Uberaba.

Dia / MêsCasos confirmados em 2020Casos confirmados em 2021Casos confirmados em 2022
20 de dezembro122
21 de dezembro2248
22 de dezembro3728
23 de dezembro3435
24 de dezembro4472
25 de dezembro1044
26 de dezembro1413
27 de dezembro1420
28 de dezembro4868
29 de dezembro36112
30 de dezembro62151
31 de dezembro26177
1 de janeiro38188
2 de janeiro5966

Para que a situação não fuja do controle, é preciso que o uberabense não deixe de seguir as normas sanitárias estabelecidas, já tão conhecidas, a fim de evitar contágio. A higienização adequada das mãos, uso de máscara, distanciamento social e a imunização completa com primeira e segunda dose e, após 4 meses da segunda, a dose de reforço, continuam sendo as melhores alternativas para controle da pandemia e uma futura retomada definitiva da normalidade.

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