Sala de recuperação pós-anestésica exclusiva para o pós-parto entra em funcionamento no HC-UFTM em Uberaba
Mulheres que derem à luz no Hospital de Clínicas da Universidade Federal Triângulo Mineiro (HC-UFTM) agora podem contar uma sala de Recuperação Pós-Anestésica (RPA) exclusiva para o pós-parto, que entrou em funcionamento na quarta-feira (1º). O objetivo do novo espaço, que fica ao lado do Bloco Cirúrgico, é possibilitar que a mãe e o bebê estejam juntos desde os primeiros minutos após o nascimento.
Segundo o HC-UFTM, a sala tem assistência multiprofissional prestada por pediatra, obstetra, anestesista – nos casos em que houver cesariana – e equipe de enfermagem. São 3 leitos e 3 berços, em uma área de 29 m².
O chefe da Unidade Materno Infantil do HC, Caetano Galvão Petrini, explicou que essa estrutura é suficiente para absorver com segurança a demanda de partos que a instituição realiza.
Ainda segundo Petrini, o fluxo de atendimento dessas pacientes inclui avaliações a cada 30 minutos por parte do obstetra, nas 2 primeiras horas após o parto.
“Essa frequência visa a prevenir eventos adversos relacionados a sangramentos, que constituem a segunda principal causa de morte materna no Brasil. Do ponto de vista do ensino, por sua vez, a participação do aluno de graduação ou do residente nesse cuidado pós-parto é essencial para a formação desses profissionais”, acrescentou.
Para a ginecologista e gerente de Atenção à Saúde do HC-UFTM, Andreia Duarte de Resende, a RPA obstétrica é um avanço importante em termos de humanização, pois aumenta a segurança e conforto da puérpera e do recém-nascido.
Ela explicou que as mulheres que passarem por cesariana ficarão em observação nesta sala em torno de 2 horas; no caso de parto normal, 1 hora.
“Esse período é precioso para fortalecer o vínculo entre mãe e filho, o contato pele a pele, bem como para o estímulo da amamentação”, avaliou.
Antes da criação da RPA obstétrica, a observação da puérpera era feita na RPA geral, enquanto o bebê seguia para a ala de Ginecologia e Obstetrícia.
“Evitar essa separação é valorizar a chamada hora de ouro, que são os primeiros 60 minutos de vida do neonato. Esse é o momento em que ele está mais ativo, depois fica sonolento. É a ocasião ideal para iniciar o aleitamento e prevenir a hipotermia por meio do contato com o corpo da mãe”, complementa a enfermeira Jacqueline Faria.
Com a criação da RPA obstétrica, o HC-UFTM informou que se alinha, ainda, a uma diretriz estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), pois essa estruturação é uma das etapas para implantação do chamado check list do parto seguro, estimulado internacionalmente como medida preventiva contra a morte materna e infantil durante o nascimento.