Sócio de clube de tiros, engenheiro, motorista e coach: quem são os investigados por atos golpistas presos em MG
Além do coach de investimentos, a operação “Lesa Pátria”, que investiga os envolvidos nos atos terroristas do dia 8 de janeiro em Brasília, um empresário, um motorista e um engenheiro também foram presos em Uberaba na sexta-feira (17).
Desta forma, os alvos da operação em Uberaba foram:
- Álvaro Filipe Walter, empresário, sócio de um clube de tiro e uma empresa de suplementos alimentares;
- Clodoaldo Cabral, motorista, que foi candidato a vereador em Uberaba em 2020;
- Flávio Humberto Ribeiro, engenheiro;
- Dione Folador, coach de investimentos em criptomoedas, com 700 mil seguidores.
Os quatro envolvidos foram encaminhados para a Penitenciária Professor Aluízio Ignácio de Oliveira, em Uberaba, ainda na sexta-feira. Todos foram presos de forma preventiva.
Entre os quatro, Clodoaldo Cabral divulgou vídeos em uma rede social durante os atos golpistas em Brasília, no dia 8 de janeiro
O que dizem as defesas?
Pelo telefone, o advogado Vitor Rachid Colucci Daher, que defende Dione, afirmou que pretende “provar que ele não tem participação nos atos antidemocráticos” e que a prisão provavelmente foi um “equívoco”. Ainda conforme o advogado, a defesa pretende requerer ao Supremo Tribunal Federal (STF) a revogação da prisão preventiva.
A reportagem tenta contato com as defesas dos outros três detidos.
Operação ‘Lesa Pátria’
Ainda de acordo com a PF, 10 mandados de buscas e apreensão foram cumpridos, sendo nove em Uberaba e um em Araxá. Conforme apuração da TV Integração, um dos mandados foi cumprido em um clube de tiro, no Bairro Santa Maria, onde foram apreendidos computadores e celulares.
Uma busca e apreensão foi cumprida em um prédio residencial no Bairro São Sebastião e outra em uma empresa de assessoria agronômica e civil, no Bairro Fabrício. Não foi confirmado o que foi apreendido nos locais.
Atos golpistas de 8 de janeiro em Brasília — Foto: JN
Brasil
Ao todo, são 46 mandados de busca e apreensão e 32 de prisão. Até as 9h, 12 pessoas tinham sido presas.
De acordo com informações da PF, os mandados têm a seguinte distribuição:
- Bahia: 2 mandados de busca e apreensão e 2 mandados de prisão (mesmos alvos);
- Distrito Federal: 2 mandados de busca e apreensão;
- Espírito Santo: 1 mandado de busca e apreensão e 1 mandado de prisão (mesmo alvo);
- Goiás: 2 mandados de busca e apreensão e 2 mandados de prisão (mesmos alvos);
- Maranhão: 1 mandado de busca e apreensão e 1 mandado de prisão (mesmo alvo);
- Minas Gerais: 10 mandados de busca e apreensão e 8 mandados de prisão (mesmos alvos, sendo que um será alvo apenas de buscas);
- Paraná: 2 mandados de busca e apreensão e 2 mandados de prisão (mesmos alvos);
- Rondônia: 11 mandados de busca e apreensão;
- Rio Grande do Sul: 3 mandados de busca e apreensão e 3 mandados de prisão (mesmos alvos);
- São Paulo: 13 mandados de busca e apreensão e 13 mandados de prisão (mesmos alvos).
Segundo informações da PF, um dos alvos dos mandados de prisão é a mulher flagrada em foto e vídeo pichando a frase “perdeu, mané” na estátua que simboliza a Justiça em frente ao prédio do Supremo Tribunal Federal.
‘A Justiça’, de Alfredo Ceschiatti, foi pichada — Foto: Reprodução/Twitter
294 seguem presos
Na quinta (16), o Supremo Tribunal Federal informou que concluiu a análise das prisões de todos os suspeitos detidos nos dias seguintes aos atos de terrorismo na Esplanada dos Ministérios – seja em flagrante, seja nas fases anteriores da operação Lesa Pátria.
Relator do caso, o ministro Alexandre de Moraes rejeitou os pedidos de liberdade de 86 mulheres e 208 homens que tiveram as condutas consideradas mais gravosas. Com isso, esses 294 suspeitos foram mantidos em prisão preventiva.