Uberaba inicia projeto piloto para combater a obesidade infantil nas escolas municipais
O Centro Municipal de Hipertensão e Diabetes (CEMDHI) lançará, em março, um projeto piloto para combater a obesidade infantil em escolas de Uberaba. A iniciativa, realizada em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, tem como objetivo conscientizar crianças sobre boa alimentação e práticas de atividade física, utilizando estratégias lúdicas para promover hábitos mais saudáveis desde a infância.
Em entrevista ao programa Pingo do J, da Rádio JM, a endocrinologista Elisabete Mantovani, disse que o aumento da obesidade infantil tem gerado preocupação entre especialistas. “Temos crianças desenvolvendo diabetes tipo 2 devido ao excesso de peso, condição que poderia ser evitada com uma alimentação equilibrada e a prática de exercícios físicos”, explica médica.
Pesquisas apontam que a obesidade infantil tem aumentado significativamente no Brasil. Um estudo publicado no The Lancet Regional Health – Americas, conduzido por pesquisadores da Fiocruz Bahia e UFMG, analisou dados de mais de cinco milhões de crianças brasileiras e revelou um crescimento preocupante no índice de massa corporal (IMC) infantil. Entre 2001 e 2014, a prevalência de obesidade em crianças de 5 a 10 anos subiu de 11,1% para 13,8% entre os meninos e de 9,1% para 11,2% entre as meninas, evidenciando a necessidade de ações preventivas como a proposta pelo CEMDHI.
O projeto em escolas uberabenses contará com atividades interativas, incluindo a “Cozinha Educativa”, em que os alunos aprenderão a preparar receitas saudáveis, como sorvete de banana congelada com ingredientes naturais. A ideia é que os pequenos multipliquem esse conhecimento dentro de suas casas, influenciando a rotina alimentar de toda a família.
“Vamos ensinar as crianças para que eles possam ensinar os papais e as mamães a fazer comida saudável. Essa é uma forma de conseguirmos mudar o cenário da obesidade infantil, porque se a gente não mudar com essas coisinhas pequenas do dia a dia, a gente não vai conseguir mudar nunca”, ressalta Mantovani.
O projeto busca transformar a relação das crianças com a comida e incentivar um estilo de vida mais ativo, prevenindo doenças relacionadas à má alimentação. A expectativa é expandir as ações para mais escolas no futuro, ampliando o impacto positivo na saúde infantil da cidade.