Operação “Segunda Pele” mira organização criminosa no ramo de couro animal em todo o estado

O Ministério Público de Minas Gerais, por meio da Coordenadoria Regional da Ordem Econômica e Tributária do Triângulo e Noroeste, da Promotoria de Justiça de Santa Vitória e do GAECO, com a Receita Estadual, Polícia Militar e Polícia Civil, deflagrou a operação denominada “Segunda Pele” em todo o estado de Minas Gerais. A Operação, que apura a prática de crimes de organização criminosa, sonegação tributária e lavagem de capitais, visa cumprir 47 mandados em diversas regiões do estado no setor de comércio de couro derivado do abate de animais.

A operação teve início logo nas primeiras horas da manhã desta quinta-feira (17) e irá cumprir 13 mandados de prisão preventiva cujos alvos são empresários, coureiros, contadores e laranjas que emprestam seus nomes para a abertura de empresas de fachada. Além disso, estão sendo cumpridos 34 mandados de busca e apreensão em várias regiões do estado, em especial às regiões da Zona da Mata, Vale do Aço, Sul de Minas, Centro-Oeste, Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba.

A operação é resultado de uma investigação conjunta do Ministério Público e Receita Estadual de Minas Gerais, por meio da Superintendência Regional de Uberaba que perdura há mais de um ano e, que tem por objetivo, combater um estruturado esquema criminoso de sonegação fiscal operado por uma organização criminosa. Eles adquirem couro de frigoríficos e abatedouros de animais em Minas Gerais e os vendia para outros estados, utilizando-se de interpostas pessoas físicas e jurídicas para o não pagamento do imposto devido.

O esquema criminoso causou um enorme prejuízo para os cofres públicos de Minas Gerais. Contabilizados apenas os últimos cinco anos, que supera os R$ R$62 milhões de reais declarados e poderá ultrapassar os R$100 milhões após auditoria do Fisco. Segundo os responsáveis pela investigação, o Estado de Minas Gerais vem sendo lesado há anos por essa organização criminosa, a qual atua na clandestinidade e encontra-se voltada a criar estruturas falsas apenas para simular a aparente legalidade de suas atividades

A operação conta com a participação de 03 Promotores de Justiça, 75 servidores públicos da Receita Estadual, 2 Delegados da Polícia Civil, 32 Policiais Civis e 70 Policiais Militares. E conta também com o apoio operacional das regionais dos GAECOS de Uberlândia, Uberaba, Patos de Minas, Ipatinga, Montes Claros, Juiz de Fora e Divinópolis.

O nome da operação decorre do produto principal usado no esquema criminoso voltado à sonegação tributária, qual seja, o couro decorrente do abate de animais. O homem primitivo somente alcançou e habitou as regiões mais frias do planeta graças ao uso do couro dos animais caçados. Como uma segunda pele, o couro era usado para agasalhar, calçar e proteger do rigor do frio.

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